segunda-feira, 26 de agosto de 2013

38 semanas, tamanho de uma jaca e a pergunta: MAS CADÊ A ALICE???

Bem, vamos lá! Semana passada fiz um ultrassom de 37 semanas e 4 dias. Alice estava pesando 3,270kg, medindo quase 50 cm, não estava encaixada, mexeu o tempo todo e placenta indo de grau 2 para 3 (o último grau é o 3°). Ou seja, Alice está grandinha, gordinha, muito bem aqui dentro e manda chutinhos.

Se mãe realmente tem instinto, o meu deve estar certo, porque durante toda a gestação eu não apresentei muita ansiedade, estive calma, só arrumei a malinha sexta passada com a ajuda de uma amiga – Cris - e de uma lista de outra amiga – Régia - (se não fossem as ajudas, capaz que não teria malinha, porque eu olhava pras roupinhas e pensava: mas como arrumar tudo isso? Hahahaha). E todos os meus momentos de ansiedade foram ocasionados por pegar a ansiedade dos outros, nunca por vontade própria. E essa é Alice, quanto mais as pessoas sonham com ela nascendo e desejando tal fato, menos a Alice quer nascer. Ou seja, a Alice é realmente minha filha e do Marco Túlio por dois motivos: ser do contra (no caso, pegou isso de mim) e ser preguiçosa (pegou isso do pai). E esses dois fatos concluem o mais importante: ESTÁ TUDO NORMAL, já que uma gestação pode ir até 40 semanas e quem sabe 42!

Então vamos aos medos: ó, fulana esperou demais e o bebê comeu cocô + Fulana esperou demais e o bebê era tão grande que rasgou ela = CULTURA BRASILEIRA POR CESÁREA DESNECESSÁREA. Não culpo ninguém, eu mesma já tive esses medos antes de engravidar e estudar melhor esta fase. É nossa cultura. Tirar a coragem, o poder de parir da mulher, para colocá-la em uma cesárea que pode ser bem desnecessária. Não vou dar aulas aqui, basta um Google para os ansiosos de plantão verem que o risco de complicações em cesárea é MAIOR do que em partos normais, que 38 semanas de gravidez são mais do que normais, que bebê encaixa e desencaixa, que a ansiedade não leva a nada, que cesárea é ótima e salva vidas sim, mas quando PRECISO.

“Mas tem gente que trabalhou até na véspera do parto. Você já saiu do trabalho há 15 dias e nada! “
Sim, cada caso é um caso. Minha médica conversou comigo e por causa de muitas dores que tenho sentido (NORMAIS, dores NORMAIS), por causa de muita falta de ar, de canseira só de levantar e sentar, entre outros motivos mais íntimos/pessoais que não relatarei, foi melhor optar por eu estar em casa, mais de repouso, arrumando as coisas dela e longe de olhares pelos corredores do tipo: Carol, você é doida, vai nascer aqui no trabalho a qualquer momento (pior que fiquei tão apegada ao meu local de trabalho nos últimos dias, que se ela nascesse lá, seria bem legal e emocionante pra mim. Gente, vou voltar só pra deixar vocês com mais medo ainda!). E não, não sou tão radical. Ao primeiro sinal de algum problema sério, encaro a cesárea.

E agora, para os que sempre perguntam “A Alice nasceu?”. Minha resposta: uai, acho que não, vocês estão vendo ela por aí?

Eu, Carolina Pereira Marques, optei por um parto com PRIVACIDADE, seja ele qual for. Parir, na MINHA opinião, é algo íntimo. Como fazer filhos. Não chamei ninguém para filmar o dia em que a Alice foi feita ou para esperar do lado de fora enquanto ela era concebida (se bem que isso seria impossível, já que eu não que dia foi esse). Eu não quero ninguém em janelinhas com câmeras fotográficas cheia de flashes filmando a saída dela de dentro de mim, seja por onde for, postando fotos no Facebook. Eu não quero ninguém, fora eu e Marco Túlio e médicos, pegando a Alice em suas primeiras horas de vida. Egoísta? Não. Apenas respeito um bebê que mal saiu do seu cantinho quente e seguro e respeito a mim mesma, que passou pro todo um processo de parto e deseja calma e paz. SIMPLES. Sejam bem vindos ao meu modo de pensar.

E então, depois que ela nascer e nós duas nos recompormos, claro que vou querer mostrá-la para o mundo todo, vou querer que a peguem no colo, vou ter orgulho dela, vão todos ficar sabendo! Vou ligar, vou avisar, vou postar no Face, Instagram, no Blog e aí quero ver quem vai aguentar tanta foto. Vou adorar receber visitas, ajudas e etc. Se eu não quisesse compartilhar deste momento, não teriam tantas fotos da gravidez por aí e nem este blog. O nascimento dela não é segredo, gente. Como poderia ser?
E agora me ajudem: como avisar para pessoas tão ansiosas que ligam todo dia e perguntam se ela nasceu e que passam na porta da minha casa só pra ver se o carro está na garagem, que eu estou em trabalho de parto, indo para o hospital? Vão me enviar energias positivas ou vão ficar surtando por eu preferir ficar somente com o pai da Baby Fruta Jaca? Vão rezar por mim ou vão ficar morrendo de loucura e nervosismo com câmeras nas mãos pela menina que não nasce logo?

Finalizo este texto/desabafo com 4 links simples para quem talvez ainda não acredite em mim e ache que não está tudo bem:


E algumas fotos:

Olhaí eu começando a ficar inchada com um quadro do meu passado ao fundo. 

sábado, 17 de agosto de 2013

O quartinho e o Chá da Alice (muitas fotos)

Eu nunca fui muito de entender de decoração, de gostar do assunto, de deixar meu quarto arrumado, de combinar as coisas. Aí, quando foi a hora de pensar no quartinho da bebê eu não consegui pensar em nada. Para mim, eu queria tudo do mais básico e simples, até porque ela mesma vai demorar muito pra entender de quartinho. Aí o tempo foi passando e a mãe do meu namorado se ofereceu para dar os móveis do quarto. O que eu pensei era apenas em: berço, cômoda e guarda-roupas, tudo branco. Quis correr do rosa e quando fui imaginar uma cor, só vinha vermelho e branco, nada mais. Por coincidência, a cadeira de amamentação que minha vó deu, herança de família há mais de, sei lá, 80 anos, é vermelha. Então tava decidido, seria tudo vermelho e branco. Eu quis também uma cama de solteiro, que era minha e uma estante, que também era minha. Pronto, os móveis ficaram decididos.

E qual seria então o tema do quartinho? Eu sei lá! Deixa a menina crescer e ela mesma escolhe, não? Mas tanto minha família quanto a família do meu namorado tem artistas e a mãe dele novamente se ofereceu para FAZER as coisas e quis dar tudo: kit berço, cortina, manta, colcha, almofadas, trocador, etc... tudo feito por ela. Então eu aceitei, porque para a Alice vai ter um significado, já que foi tudo feito à mão pela sua avó paterna, e eu bem sei que a gente gosta dessas coisas que fazem pra gente. Aí pensamos em bolinhas e laços e o resultado ficou lindo, eu não imaginaria nunca algo do jeito que ficou. Gostei bastante! (e acabei mudando um pouco o layout do blog, usando como plano de fundo uma foto da estampa da colcha de retalhos que ela fez)

Alguns outros detalhes que ainda não estão prontos pedi para meu pai fazer. E como o quartinho ficou sem uma regra de temas padrões, eu e meu namorado ficamos invocados em alguns bichinhos e ele desenhou uma árvore para adesivar na parede e uma girafinha feliz para a garrafa térmica. Nisso, minha avó fez o cortinado do berço, capas de almofada para amamentação, meu irmão um cabideiro de aço e eu mandei imprimir o adesivo da garrafinha térmica e a árvore no meu local de trabalho (lá temos uma máquina própria para isso). Juntamos tudo e o resultado do quartinho quase pronto vocês podem ver nas fotinhas abaixo (para ver maior, só clicar nelas):


Cama com a colcha, as almofadas, a girafinha que o namorado comprou e a colcha de retalhos.

Detalhe das almofadas

Mais detalhes

O trocador na cômoda, a garrafinha térmica adesivada e o cabideiro feito pelo meu irmão

Detalhes.

Cabideiro com uns cabidinhos que eu comprei e roupinhas dadas por amigas

O trocador


Porta fraldas na minha estante antiga

Zebrinha

O berço com o cortinado feito pela minha avó, o restante pela mãe do meu namorado e a árvore desenhada por ele e impressa e adesivada pela Agência Decio (onde trabalho)

Mais do berço

Coisinhas de berço

Bala da Alice

Cortina fechada e cadeira de amamentação


Cortina aberta

Mais da linda colcha de retalhos

Mudando de assunto (o post tá grande, mas tem muitas fotos!), eu também não fiquei animada para fazer Chá de Bebê. Não sabia pensar em nada, tinha preguiça e não queria gastar. Mas então, minha mãe resolveu organizar um pra mim e, mais uma vez, fui surpreendida com coisas lindas! E agora até acho bem ideal fazer chás de bebês, porque a gente ganha MUITA coisa, principalmente quando chamam as "tias" das famílias hahaha. Mais ideal ainda quando organizam um pra gente. Então minha mãe botou a "mão na massa" e fez um bolo de fraldas, também nas cores vermelho e branco e comprou lembrancinhas. Meu pai fez o nome ALICE com MDF, papel e mais um trabalho com tintas. Vou querer colocá-lo no quartinho dela, mas ainda não sei onde! E o bolo de fraldas fez tanto sucesso que ainda não tive coragem de desmontá-lo e eu o usei em mais um mini-chá, onde vieram minhas colegas de trabalho. Mais fotos:
O bolo com lembrancinhas

O nome

Detalhes




E assim termino este post. Enquanto eu e o meu namorado Marco Túlio ficamos responsáveis pela fabricação da Alice, o restante dos artistas da família capricharam em tudo! Até vou arriscar falar aqui uma coisa: quem quiser encomendar, só me procurar! (desculpem, sou Publicitária, sabe como é.. e ficou tudo tão lindo que deu vontade de investir neste universo materno). Obrigada à Vó Ana (mãe do namorado, ou minha sogra, como preferirem) por todo o enxoval do quartinho; obrigada à Bisa Helê (minha avó materna) pelas toalhas, babadores, cortinado, fraldas de pano e roupas de cama; obrigada ao Tio Vitor (meu irmão) pelo cabideiro em aço, sucesso pra você; obrigada à Vó Bel (minha mãe ou sogra do meu namorado, como preferirem) por ter feito o Chá de Bebê e providenciado também com suas mãos tudo que ficou lindo; obrigada ao Vô Wadim (meu pai, ou sogro do Marco Túlio, como preferirem) pelo nome Alice e pelo Kit higiene que ainda está em produção.

beijos!




quinta-feira, 8 de agosto de 2013

As dores e as delícias de ser uma grávida

Tudo nessa vida tem o lado bom e o lado ruim e na gravidez não poderia ser diferente. Estou adorando estar grávida e ainda que os incômodos permaneçam cada vez mais, engravidaria novamente e depois outra vez and outra vez. But, como nem tudo são flores, em alguns momentos eu “sofro”. Resumão de tudo:

PRIMEIRO TRIMESTRE (até o fim do 4º mês):
Dores
O meu primeiro trimestre não foi nada legal. Tive muito sono, cólicas, enjôos e azias. Cochilava no trabalho, não conseguia render nada, tinha medo de levar broncas, perdi boa parte do meu bom humor, segurava pra não vomitar nas reuniões, quis largar tudo, viver no mato sozinha e sem amigos, inclusive sem o pai da criança. DRAMA total. Vomitava antes de trabalhar, chegava do trabalho e dormia até o dia seguinte. Chorava de raiva do meu estômago, planejava nunca mais engravidar, emagreci 2 quilinhos ao mesmo tempo em que algumas calças ficaram apertadas. Odiava o fato do pai da criança não sentir nada e de vez em quando ainda sair e ficar até de madrugada na rua pra “despedir da vida de solteiro porque a gente vai morar junto e eu não vou mais sair tanto com meus amigos” enquanto eu dormia passando mal (calma, gente, ele não fazia farras, bebia e pegava todas. Era apenas momentos com os amigos mesmo......................................................... EU ACHO). Não foi a melhor época da minha vida e eu desapareci da sociedade.

Delícias
O lado bom de tanto sofrimento foi entrar em estado de choque algumas vezes ao dia lembrando “gente, to grávida!”. Como a barriga ainda não aparecia, eu me lembrava do nada que tinha algo crescendo em mim e por isso eu não estava passando bem. Sem falar no positivo aparecendo no teste. A segunda listra me fez sentir um monte de coisas ao mesmo tempo e meio que não dava para acreditar no que eu via. Era um misto de “uhu, vitóóóriaaaaa” com “uai, sério? E agora?”. E foi isso. As delícias foram apenas estas no começo.

SEGUNDO TRIMESTRE (do 5º até começo do 7º mês):
Dores
Tive crises existenciais. Foi no período em que me mudei com o namorado e passamos a dividir o mesmo teto. Dormir junto com alguém que rouba travesseiros, cobertas e ainda conversa de noite foi um sacrifício! Pobre pai da Alice... nem desconfiava que eu arquitetava momentos de fuga enquanto sorria falsamente durante um almoço. Acho que não demonstrei tanto ou ele fingiu que não percebeu. Mas durou apenas 1 mês minha vontade de desistir de tudo e correr para o meio do mato. Basicamente foi só isso, já que os incômodos físicos do início estavam sumindo. Ah, também comecei a me cansar com mais facilidade para andar e odiei TODAS as lojas que diziam vender roupas para grávidas.

Delícias
Nada melhor do que uma barriga de grávida aparecendo e as pessoas querendo colocar a mão.  Se tem uma coisa que eu acho legal, de verdade, é o povo colocar a mão na minha barriga. Isso realmente não me incomoda. Comecei a passar óleos sem enjoar do cheiro, comecei a fazer mais fotos da barriga e os chutes e movimentos do bebê começaram a ficar mais evidentes. Depois que as crises existenciais passaram, começou a ficar legal morar junto, até ficava carente quando ele ia pra faculdade. Comecei a usar mais roupas de grávida, não passava mal, comia tranquilamente, voltei a aparecer para a sociedade. O amor estava no ar até quando minha bexiga era pressionada pela Baby Fruta que só crescia! Agora sim, eu realmente estava grávida, de peitos com veias aparecendo, barriga grande e tudo!

TERCEIRO TRIMESTRE (meio do 7º até hoje e até Alice nascer):
Dores
Nunca fiz cirurgia de redução de estômago, mas sinto como se tivesse feito porque nada cabe nele, apesar da fome. Nunca comi uma melancia sem picá-la e mastigá-la, mas sinto como se tivesse comido e parece que minha barriga vai estourar. Nunca coloquei nada para prender minhas alças intestinais, mas sinto como se tivesse colocado pinças em cada alça para prender os gases aqui dentro e parece de novo que minha barriga vai estourar. Nunca tive crise de pânico, mas parece que tenho toda vez q respiro e falta ar, do tanto que to sufocada. Nunca coloquei um alargador nos ossos da vagina, mas meus ossos da vagina resolveram alargar e doer muito, junto com os ossos das costas e cóccix . Eu já era um pouco desastrada e desequilibrada, mas hoje sou mais, muito mais. Posso não ter ganhado estrias na barriga, mas ganhei arranhões de tanto esbarrar a barriga nas coisas. Posso não ter engordado muito, mas a bebê engordou e seu peso faz doer o pé da minha barriga enquanto mudo de posição ao dormir e enquanto ando a 2km/h. Ganhei um monte de celulites. Odeio sexo. Não gosto de sexo. Sexo pra quê??? Só se for pra ficar falando “ai, assim não”, “ai espera, não to respirando”, “ai, não põe tudo”, “ai, ela mexeu”, “ai, ta dando cólica”, “ai, quero fazer xixi”, “ai, vou cair”, “ai, assim dá gases”, etc. Acordo com fome de madrugada, acordo várias vezes pra fazer xixi e cochilo na privada, voltei a ter meu travesseiro roubado, voltei a ter o humor afetado por causa dos incômodos, tô com saudade do meu corpo antigo, de ser dona do meu corpo, de comprar roupas e calcinhas bonitas. Tô com saudade de dançar, de comer muito sem passar mal. Saudade de dormir com a barriga no colchão. Voltei a ficar lerda no trabalho, fico voando o tempo todo e cometo graves erros ortográficos. Por mim, já podemos finalizar por aqui e a Alice já pode nascer.

Delícias
A barriga tá bem vistosa e eu gosto. Baby Fruta mexe o dia inteiro. Acordo de madrugada e ela está lá mexendo. Ela se comunica com o pai. Quando tá há um tempo sem mexer e o pai põe a mão na barriga ou fala alguma coisa perto, ela mexe. Chuta o rosto dele. Alice começou a ficar mais presente, mesmo dentro da barriga. Ela é comunicativa e seu hobby é empurrar meu umbigo pra frente. Quando começo a filmar a barriga em movimento ela para tudo, parece que entende. Até agora quase não consegui filmar seus movimentos por causa disso. Tenho prioridade nas filas, assusto as pessoas fingindo que vai nascer (hahahaha), recebo comidas gostosas, recebo sorrisinhos pelas ruas, me envolvi ainda mais com blogs de maternidade, às vezes sou mimada, não preciso murchar barriga para fotos, vivo ganhando presentes pra mim e pra Alice, o quartinho de bebê já ta com cheiro de bebê por causa das fraldas... nossa, tem várias delícias, apesar dos pesares. E ao mesmo tempo que eu já quero que ela nasça logo, quero ficar mais um tempinho barriguda. E passou tão rápido, que agora começou a ir mais devagar.


Certeza que em breve estarei sentindo saudades disso tudo.


Estou com 35 semanas e 4 dias, mas tem fotinhas da barriga de 34 semanas, feitas pelo pai da Baby:






Esse aí é meu pai, o vovô Wadim.