segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Para Alice

Para: Alice

Alice, sou eu, sua mãe Carol, aqui te escrevendo. 
Você não tem ideia do quanto te desejei... desde minha infância. E hoje com você aqui e mesmo com tantas teorias lidas minha vida toda sobre como cuidar de bebês, eu me sinto ainda perdida. Já comentei que você é tipo um sonho realizado, algo tão bom que não dá para acreditar que eu consegui ter.
Desde sempre eu te quis. Quis tanto que você veio rápido, escapulida, de surpresa, mas muito desejada. Após o susto, todos por aqui quiseram logo te conhecer e fizeram de tudo do bom e do melhor para te receber. Todos te queriam também, parece.
Acho que me lembro do dia que decidi seu nome. Seu nome é o mesmo da sua tataravó, a Dona Alice. Ela foi uma mulher que sofreu e que venceu. E seu nome é o nome da personagem da história Alice no País das Maravilhas. Garotinha curiosa que vive uma aventura bem fantasiosa. Juntou tudo e um dia, há mais de 10 anos eu acho, como um insight, eu pensei: minha filha vai se chamar Alice. Capaz que já era você me avisando, né?
E nesse tempo, tive alguns (só 2) namoros sérios e eu sempre dizia:quando eu tiver uma filha, vai se chamar Alice. Inclusive houve riscos de você existir nas épocas, mas você, um tanto esperta, já havia escolhido também seu pai.  E quando eu o conheci, mesmo antes de ter um "caso" com ele, eu senti: é este! Foi estranho, mas eu senti isso ao avistar um carinha desconhecido ali no corredor de uma faculdade, sem nem falar um oizinho. 
Dito e feito. Guardei segredo sobre isso, fingi que eu não tinha sentido que era a hora, que era o cara, tentei ignorar, mas não adianta, era a hora e você veio. Minha vida mudou completamente.

Eu te olho e me vejo. Eu te olho e me sinto. Te olho dormindo e vejo a perfeição. A gente se olha e tudo some. Não há cheirinho melhor que o seu.
Estou bem cansada, mas tenho algo para lhe dizer: obrigada por existir. Há tempos te esperei por aqui. Vamos indo, que estamos conseguindo.

Um beijo, 
mamãe.





sexta-feira, 27 de setembro de 2013

25 dias de Alice

As coisas estão começando a ficar um pouco melhor.
Resolvi aceitar a ajuda da minha mãe pra praticamente tudo e assim eu descansar mais. Ainda mais agora que as férias do Marco Tùlio acabaram.
Alice de dia não é muito de dormir. Dorme melhor de noite, então, é bom ter alguém pra colocá-la para arrotar enquanto eu mato minha vontade apertada de fazer xixi.
Resolvi me esquecer do chão da cozinha sujo, da louça que não está lavada por completo e de uma leve bagunça na casa. Deixo isso para a diarista que vai uma vez na semana.
Agora também consigo tirar uma soneca de tarde, aproveitando uma das dormidas da Baby depois do almoço. Antes eu estava tão elétrica que não conseguia. Mas o sono das mamadas de madrugada ainda é forte. E agora é rotina eu ver o dia amanhecer com ela no peito.

Como eu estou mais descansada, agora consigo curtir mais toda a parte boa. Curtir os chorinhos, em vez de quase ficar doida pensando "tá chorando de novo???", curtir mais as caretinhas, os arrotos, os puns, as mamadas com mais calma. O estresse pós-parto estava tanto que meu leite quis sumir. Mas comecei com medicação homeopática, o que me ajudou a descansar mais também, e tudo indica que a produção leiteira se normalizou.

Sobre o parto, já não me machuca tanto mais lembrar dele. Agora já falo melhor sem ter vontade de chorar ou ficar angustiada.

Começo a aceitar melhor a nova vida, sem susto. É como se fosse assim: você sempre quis ganhar na Mega Sena, aí você ganha e vê aquele taaaaaaaaaaaanto de dinheiro do dia pra noite na sua vida. E agora?? O que fazer com todo esse dinheiro??? Por onde começar?? E se me roubarem??? Eu merecia mesmo ter ganhado??? Será que eu mesma ganhei, não tem nada errado?

Eu sempre sonhei em ser mãe, em engravidar, em ter minha Alice. Aí eu consegui. Pra mim, foi como se eu tivesse ganhado na Mega Sena, ou bem melhor que isso.

E não dá pra explicar o que a gente sente por nossos bebês. A vida sem ela agora não faz mais sentido.

25 dias de Alice:
- Perto do seu primeiro mês, mama bastante.
- No desespero chegaram a receitar Nan, mas ela não quis. Vomitava e cuspia.
- Cabecinha bem firme.
- Tá dormindo comigo e com Marco Túlio.
- No colo, dorme durante horas. No moisés ou no carrinho, dorme no máximo 30 minutos.
- Cólicas marcando presença, tadinha. Sorte que não é o dia todo.
- Enche as fraldas do dia e a madrugada toda.
- MUITO observadora. Preciso arrumar mais brinquedinhos pra ela se distrair.
- No carrinho dorme bem, se ele estiver em movimento.
- Seu apelido lá em casa: maravilhosa.

E eu estou adorando as dicas que tenho recebido nos comentários, as palavras de ajuda. Essa vida de blog é boa mesmo!

Fotinhas:
                                                  O pai foi trabalhar. Cama toda nossa. Êta paixão!

                                                                  Hora do lanche ;)


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Após o parto o que nos espera?

Muito se fala de todo o lado maravilhoso da maternidade. São tantas fotos lindas em anúncios, tanta fofura em novelas que muitas vezes a realidade é esquecida. Bom que hoje já está bem comum falarmos do outro lado, o lado difícil, sofrido e cansativo, sem sermos apedrejadas. E neste texto quero falar deste lado.

Assim que entrei no quarto do hospital, após a cesárea (infelizmente me deixaram sem saída após 12 horas de trabalho de parto e, sem apoio médico, me restou a cesárea. Talvez tem texto sobre isso), eu comecei a acordar, pois fiquei desacordada na cirurgia. E fiquei em outro planeta até uns 4 dias depois de Alice nascer. Foi tudo tão intenso e cansativo, que não me lembro de muita coisa. Lembro de algumas visitas, de eu parecer bem ainda, falar muito, contar do parto, mas na verdade era uma outra Carol, parece. Aí, depois desses 4 dias, a realidade: saí de casa com um barrigão e voltei com um bebê, ou seja, tudo mudou do dia para a noite. Tudo. Talvez tenha sido o famoso Baby Blues, mas passei um período de quase duas semanas chorando escondida - ou não - o tempo todo por tudo quanto é canto. Por que eu chorava? Não sei bem. Era por saudade da barriga, era por ver um serzinho tão frágil em minhas mãos e dependente de mim, era por sono, era por dor da cirurgia que eu não queria, era por saudade do namorado, já que a gente nem tinha muito tempo para se curtir, era de felicidade, era de tristeza, era por de repente depender de tanta gente pra tudo, até pra pegar um lenço que caía no chão, era por ter que dar atenção à visitas, era por saber que agora minha vida seria outra, era pela forma ruim como fui tratada durante o trabalho de parto no hospital, era por não conseguir mais dar atenção às minhas cachorrinhas, era por muita coisa! Um sofrimento que parecia que nunca ia passar. Era medo do pior acontecer a qualquer momento. Tive pesadelos durante as breves dormidas que eu conseguida dar. Pesadelos terríveis. Fiquei exausta. E não sou de demonstrar ou pedir ajuda, então meu cansaço mental foi terrível. E agora estou tendo um pouco do reflexo físico disso tudo, apesar de eu ter melhorado um pouco.

Assim que eu peguei a Alice pela primeira vez (na verdade não peguei, pedi para colocá-a do meu lado, já que eu não podia sentar) eu não entendi ainda que ela era que me habitava. Quando enfim eu pude pegá-la, já vi que eu daria conta do recado, que era aquilo mesmo que eu sempre quis. Mas as fortes emoções tomaram conta e é como se você vivesse em dupla personalidade: a mãe forte e a mãe frágil. O tempo todo esse conflito na sua cabeça.
Enquanto todos babam na neném, falam que amam, pegam sua filha, levam para um canto e ficam felizes, você não sabe o que sentir: "me dá minha filha" ou "que lindo gostarem da minha filha!"

Tem que ter preparo e durante a gravidez não costumamos nos prepara pra isso.

Agora estou numa fase de ansiedade e, claro, comecei a passar essa ansiedade para a Alice. Mas estamos indo bem. No geral, agora após 3 semanas, são mais momentos de divertimento do que de sofrimento.

A gente vai aprendendo aos poucos. Não podemos nos entregar. Quem consegue pedir por ajuda, por abraço, por apoio peça. Quem não consegue, como eu, seja forte.
Vai dar tudo certo!

Quem foi que disse que seria fácil? Ainda bem que não é! ;)

MINHA lindinha depois de um belo banho.






quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Alice, 17 dias de vida aqui fora e uma mãe zumbi

Estou zumbi. Completamente zumbi.
Me olho no espelho, vejo um corpo recém parido (quem já pariu sabe que eu tô falando daquela barriguinha) e uma cara com olheiras vermelhas. Horrível, horrível.

Hoje eu quis desesperar. A menininha que chegou em casa acordando de 3 em 3 horas para mamar, toda reloginho bonitinha, de repente passou a acordar de hora em hora e, vejam só, tem vez que dorme só 50 minutos! Resultado: tô morrendo. Tô emagrecendo (menos a barriguinha, claro), tô chorando de sono, tô tendo pesadelos, tô sem comer direito, sem ir ao banheiro direito... mas água ando bebendo que é uma beleza!

Decidi dar só meu peito pra Alice. Meu leite desceu rápido, logo no terceiro dia, e veio muito! Primeira semana e meia com seios empedrando. Fiz muita massagem, ordenhei com a mão e consegui arrumar. O bico não feriu. Lutei contra o sono e Alice, que nasceu com 3.350kg e saiu do hospital com 3.125kg, em uma semana já estava pesando 3.400kg! Me falaram que ela ia perder, mas em uma semana ela passou seu peso de nascimento.

E mama demais essa menina! Dar de mamar é lindo! Uhu! Mas... existe vida além de amamentar mesmo?
Pesamos Alice essa semana, e já está com 3.600kg. Bochechas, dobrinhas, toda fofinha.

E voltando ao assunto dela estar acordando de hora em hora. Tudo começou há uma semana, eu acho. Chegou em minha cidade um calor TERRÍVEEEEEEEEEEEEEEEEEELLLLLLLLLLL!!!!!!!!!!!!! E com ele a minha bebê começou  a ficar inquieta. Nervosa. Suando pra mamar. E eu também. Foi com esse calor que ela começou a acordar de hora em hora. E acordar nervosa, enfiando as mãozinhas loucamente na boca. Agarrando o peito forte. Será cólica? Será falta de leite? Ah... com tanto sono, confesso que não estive amamentando direito nas madrugadas. Comecei a dormir enquanto ela mamava (sem deixá-la cair no chão). Não insisti tanto para ela terminar o peito. Nem ela. Muito calor. E agora?

Aí choveu e refrescou. Oba! Tudo vai melhorar. Não, não. Continua acordando nervosa. Encolhe as perninhas, chora sofrido. Mas logo pára de chorar, é só colocar no peito que tudo se resolve.

Resolvo voltar na pediatra. Na primeira consulta a pediatra me perguntou se eu era psicóloga, porque eu não tinha dúvida nenhuma. Eu e Marco Túlio estávamos tããão calmos para pais de primeira viagem que a Dra. gritou: perguntem!! perguntem!!

Aí, ok, então voltei pra perguntar (pedir por um milagre). Por que, dra. Por que ela não dorme?
Dra. sugeriu um complemento, leite em pó. Meu coração doeu. Não, eu acordo, ainda tô forte. Me passa só remedinho pra cólica. Ok. Homeopatia. Gostei. Deu cólica, dá 5 gotinhas.

Legal durante o dia. Mas de madrugada, meu Deus, como faço?? É muito sono. Estou tonta, minha cabeça dói, quase caí no chão quando levantei, socorro. Parece que funcionou na primeira noite. E só.

Alice saiu pra passear e ficou o tempo todo no meu colo e no colo do pai. Adivinhem: dormiu este tempo todo.

Minha bebê só quer colo e eu preocupada demais com visitas, com casa, roupas na máquina, louça, ajuda dos outros, com cachorras, com meu sono, quis desesperar.

Só que eu preciso me recuperar. Dormir enquanto ela dorme, me forçar a me alimentar direito, esquecer do meu parto. PRECISO. Não quero ficar refém de um complemento se eu tenho leite suficiente.

Vamo lá, Carolina, força!
Alice bravinha, dormindo no seu primeiro dia aqui fora

Agora com 17 dias, mamando agorinha.



terça-feira, 10 de setembro de 2013

Alice nasceu!

Foi só eu postar num domingo meu desespero por arrumar o que fazer, que na segunda a Alice nasceu.
Alice nasceu no dia 2/9/13, às 23:40.
Sumi, mas voltarei, pois há muito o que falar. E penso em fazer um relato do parto - ou não - assim que eu me recuperar (psicologicamente abalada).

E o bom de ter sumido é que vejo que muitas blogueiras também pariram!


Beijos

domingo, 1 de setembro de 2013

39 semanas. PRECISO TER ALGO PARA FAZER DURANTE O DIA!

Tô nessa:
- Já pensou se a Alice vai vir é com 42 semanas???????

- Dores no pé da barriga e nos ossos da perereca cada vez maiores.

- Sono aumentando.

- Pressão deu uma subida, mas dentro do normal. É porque sobe mesmo no final.

- Inventei de caminhar. Com muito custo, ando em torno de meio quarteirão.

- Estômago todo espremido ao dormir.

- Acordo de madrugada, fora as levantadas para fazer xixi, em torno das 5 da manhã, fico sentada um pouco, mexo no celular, olho a lua, seguro a fome e durmo de novo até a hora de acordar e poder tomar café da manhã.

- Algumas cólicas mais fortes de madrugada, mas que passam quando faço xixi.

- Contrações demoradas e mais frequentes o dia todo, mas sem dor. Então continuam sendo as de treinamento. Se elas estão ficando mais frequentes e demoradas é porque a hora se aproxima?

- Alice parece não gostar quando encosta/apoia nada na barriga. Por exemplo, quando estou lavando a louça é impossível não encostar a barriga na pia, aí ela dá um empurrão. Se apoio a mão na barriga, ela dá um empurrão. E é forte. Ela podia dar esse empurrão na hora de nascer, pra facilitar, né?

- Estou bem mais cansada.

- Agora as pessoas me olham na rua e perguntam: 9 meses, já? Antes perguntavam: tá de quantos meses?

- Estou mais apegada com minha barriga. Adoro colocar as roupas e ver que ela tá grandona, estufadona. Parece que é uma parte do sonho realizado mesmo. Eu sempre quis me ver assim.

- Já não tenho mais roupas que servem sem ficar totalmente justas.

- Celulites para dar e vender.

- Muitas veias aparecendo na barriga. Acho que se a pele esticar mais, dá pra ver dentro da barriga.

- Não parece mais que minha barriga vai explodir. Parece que ela vai rasgar.

- Desatenta demais.

- Desastrada demais.

- Calor.

- Falta de ar.

- Alice adora revezar os lados da barriga. Então agora minha barriga fica de formatos diferentes.


- E agora é pensar em coisas pra fazer, caso eu tenha aí mais algumas semanas pela frente. O que uma grávida que mal anda, respira, não tem muita concentração (não consigo ver filmes) e sente sono forte pode fazer para passar o tempo? ME AJUDEEEEEMMMMMMMMMMM!!!!! 

Minha vó, Minha mãe, Eu e Alice completando 38 semanas.

Antes da caminhada. Alice com 38 semanas e meia.

Atleta pronta para andar meio quarteirão!!!! Uhu!!!