Taí, 33 semanas. Dores presentes,
falta de ar cada vez maior, quilos aparecendo mais rápido (até agora foram 8
quilos a mais), um pequeno inchaço no pés, eu cada vez mais desastrada, sexo
mais complicado (meus seios já são da Alice. Colostro e sensibilidade – a gente
vê por aqui) semanas voando e a hora chegando. Foto da barriga, foto das veias
nos seios. Tudo para guardar de lembrança. A bunda tá grande e firme. Barriga
bem esticada, parece que vai explodir e sem estrias. Dizem que ainda vão
aparecer, mas luto contra me lambuzando de óleo. Baby Fruta gordinha acima da
média com mais de 2,200kg, em torno de 42cm. É a Baby Abacaxi.
E enquanto a Baby Abacaxi chuta e
revira, meu humor às vezes some e acho que começo a ficar ansiosa com o momento
do parto, já que a pergunta “vai ser normal ou cesárea?” é algo que eu tenho
ouvido bastante, inclusive de pessoas que NUNCA vi na vida que me param na rua
para saber esta questão. Então, na minha inocência e alegria de quem vai botar
um ser humano neste mundo, respondo que quero normal e vejo caretas e
exclamações.
Até pessoas amigas, que dizem
apoiar a decisão, acabam que sabem de um caso de uma fulana que quase perdeu o
bebê, porque ela esperou pra “dar normal” e o bebê fez cocô. Sem falar no bebê
que comeu cocô e teve que passar por uma lavagem. Sem falar que parto normal
dói demais e “acho que você não vai aguentar”. Sem falar que “minha amiga teve
parto normal com a mesma médica sua e a médica quebrou o bracinho do neném”.
Sem falar que “vai demorar muito e você vai pedir a faca”. Sem falar que “uma
fulana se rasgou toda e hoje manca”. “Você é doida?”. “Não faz isso não!”. “A
pior hora é essa, a de sair”. MEU DEUS!
A mãe da minha bisavó, que teve
mais de 15 filhos pela vagina em 1900 e poucos, manda beijo do além para cada
uma de vocês que me contam histórias de terror. Minha bisavó teve 03 partos via
perereca, sendo o último de GÊMEOS em 1940 e poucos, também manda beijo do além.
Minha vó paterna só não manda beijos porque ela está viva e não sabe deste
blog, assim com minha vó materna e as avós do meu namorado, que também não
sabem deste blog, mas se soubessem mandariam
milhõõõõõõõõeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesssssssssssss de beijos para cada história
de terror que saem da boca das pessoas. Juntas, somam mais de 10 partos normais
na fazenda ou em casa mesmo, com parteiras e sem parteiras (bebês apressados).
E melhor! Juntando as vós lá do além, são mais de 25 partos. E deu certo
naquela época onde era tudo mais precário.
Há riscos? Sim! Tanto em uma
cesárea quanto em um parto normal, há riscos. E toda mulher tem o direito de
escolher como parir. Se tem mulher que quer cesárea, ok. Se tem mulher que quer
normal, ok também, sem surtos! Vai que a mulher que escolher o normal acaba tendo
uma cesárea por forças maiores, né? Ok. Vai que uma que quer cesárea acaba
tendo normal porque não deu tempo. Ok. Ok para todas! Sem palpitar, sem contar
historinhas de terror e sem falar “eu bem que avisei da história da prima da
minha vizinha”.
Então decidi TENTAR não dar
ouvidos e TENTAR não argumentar contra as histórias de terror. TENTAR. E, olha,
o parto é meu e da Alice, o que tiver de ser será, o que a Alice escolher,
será. Não sei mais o que eu quero, se eu souber, não interessa pra ninguém. Não
responderei mais que pretendo parto normal. Não responderei nada, nem a famosa
frase “Vai ser a vontade de Deus” eu falarei. Chega. Se alguém me parar na rua
e perguntar, não ouvira nada, apenas grilos ao fundo.
E para comemorar a chegada da 33ª
semana com muita saúde, fotinhas (pra ver maior, só clicar nas fotos):
Segundo o site Baby Center, é mais ou menos este o tamanho da Baby. Ela deve estar MUITO
amassadinha aqui dentro.
Muito séria.
Pais da Alice.
Fotos: Marco Túlio, o pai.
Modelo: Eu, a mãe com barriga de 33 semanas.
Apoio: Abacaxi, comido logo em seguida após aquela foto.