Ausência, cansaço, doença. A mãe cai de cama para não ver seu filho doente.
O filho cai de cama ao ver sua mãe ausente. Doces. Doces servem para acolher. Doces substituem o contato. Mais balinha, mais balinha, mais balinha. Nunca é o suficiente.
Mistura de situações. Um lar para arrumar. Um filho para olhar. Um marido a trabalhar. A mãe que trabalha fora, o filho que aprende com outros, com a TV. O filho adoece e a mãe fica em prantos.
Alguém, por favor, abrace esta mãe?
Tudo é uma bagunça, a pobre mulher já não sabe mais por onde começar. Cozinhar, lavar, passar?
Então o bebê vira o reflexo do desespero. Alguém abrace esta mãe e lhe faça companhia, por favor.
Uma bola de neve.
Ela se sente sozinha, resolve mil problemas por telefone, na frente de um computador. Uma mensagem no celular diz que a filha arde em febre. Tosse. Nariz escorrendo. A filha pede pela mãe. A mãe pede pela filha.
O bebê grita. O bebê morde. A criança cai de cama.
Sintonia. Desespero. Tempo.
É preciso um tempo. É preciso oportunidade para colocar tudo no lugar.
Desligue. Desligue o computador. Desligue a televisão.
O bebê quer se conectar. O serviço doméstico não tem fim. É mais difícil do que imaginado. Solidão.
Solidão da mãe, desespero do bebê. Nariz escorrendo.
A mãe que falar, talvez gritar. O filho tem a garganta inflamada.
A mãe quer ser livre, a mãe quer suspirar. O filho tem pulmões chiando.
A mãe quer que alguém a ouça, a acolha, a veja. A criança está com dor de ouvido.
A ligação é forte, mais do que podemos imaginar.
São tantas cobranças. Mães se cobram tanto.
Mães precisam de outras mães. Precisam de aconchego, assim como sua cria.
Um carinho. Uma ajuda. Um tempo. Uma pausa.
Tudo parece bem, mas nem tudo está tão bem.
A mãe esconde, às vezes de si mesma, mas o filho põe pra fora.
O corpo fala. Mãe e filho são um só. Forte ligação. Conexão.
Bola de neve. Mãe perde forças, o bebê a acolhe com um sorriso.
Mãe perde forças, a cria mostra que é preciso pausa e adoece.
Bola de neve. Tudo se acumula.
Que todas as mães tenham ao lado um companheiro para abraçá-la.
Uma mãe para acalmá-la.
Uma amiga para escutá-la.
Que todas as mães consigam apoio para ganharem forças. E que busquem este apoio. Que não se entregue ao declínio. Que mude o que atrapalha. Que tenha coragem.
Uma mãe amparada, um filho que sorri sem dor.
Imagem daqui. Seja como for nossa situação, nossa realidade, nosso modo de ser,
somos mães e todas merecemos condições respeitosas para conseguirmos nos doar com sanidade
e equilíbrio. Se não encontramos apoio, nem respeito, cabe apenas a nós mesmas, mais ninguém, mudar
a situação. Força para todas nós!
Lindo post.
ResponderExcluirBeijos
Mais um daqueles textos que a gente comenta só pra vc saber que passamos por qui, porque não há nada mais a dizer!!! Amo.
ResponderExcluirbjs
http://meupequenoreidavi.blogspot.com.br/
"Que todas as mães consigam apoio para ganharem forças. E que busquem este apoio. Que não se entregue ao declínio. Que mude o que atrapalha. Que tenha coragem." - AMÉM!!!
ResponderExcluirUauuu Carol que texto mais perfeito, lindo de viver! E olha que se encaixa nessa minha vida frenética viu...
ResponderExcluirBeijos mil!