quarta-feira, 2 de setembro de 2015

2 anos

Nos últimos meses tenho pensado que o difícil não é ter filhos, mas aceitar que agora temos filhos.
Hoje Alice faz 2 anos e relendo seus primeiros dias e meses de vida, vi o quanto tudo muda e muda pra melhor. Muda por quê? Acho que muda pra melhor porque a gente começa a aceitar e a lidar melhor com nossa nova condição na vida: cuidar de alguém.

Relembrando minha vida nesses últimos 2 anos (2 anos, 39 semanas e 1 dia, considerando o tempo de gravidez da Alice), vi que, por nunca ter engravidado na vida, eu achava que nunca mais teria um estômago tranquilo, depois que nunca mais dormiria de barriga para baixo e depois que nunca mais iria andar sem sentir dor e quase fazer xixi na roupa.

Nos primeiros 17 dias de nascida da Alice, eu reclamava de não conseguir comer, tomar banho, sair de casa, fazer algo para mim. Com apenas 1 mês de recém-mãe, eu pensava que não existia vida além de amamentação e choros pelos cantos da casa.

Afinal, por que sofrer tanto por antecedência? Por que achar que tudo é tão complicado? Qual a dificuldade mesmo? A dificuldade era em aceitar a minha nova condição sem ficar relembrando da vida sem um bebê. Poxa, eu tinha passado 26 anos tomando conta de mim da maneira que eu desejava, qual o problema em mudar minha rotina em prol de outro ser por um tempo bem menor que 26 anos? Então fui aceitando e me entregando. Passou 1 ano e eu já tinha mais confiança em mim mesma, passaram 1 ano e 2 meses, Alice começou a andar e eu vi que ela poderia ser independente de mim. Quando percebi, realmente passou rápido, muito rápido. Sabe por quê? Porque tudo que é bom, voa!

Para cada fase, um desafio. Há quem diga que só vai piorando, mas para mim, que tenho me entregado cada vez mais, está só melhorando. Alice é ótima, é criança, não é estátua. Fala alto, corre, cai, adoece, grita. Canta, dança. Come, cospe. Dorme, acorda, bebe água e dorme novamente. Fica calada, fica concentrada, pula para chamar a atenção.

Toda vez que minha energia vai se esgotando junto com a paciência eu me lembro do dia em que eu estava na porta de casa com Alice - na época com uns 5 meses, tentando distraí-la com os carros da rua, já que ela só chorava dentro de casa - e passou uma senhora por mim que perguntou se era a primeira filha, o nome, idade, essas coisas. Eu sem paciência para dar estas respostas, respondi um forçado "sim, filho é ótimo" quando ela comentou que ter filhos era a melhor coisa da vida.

Ela comentou, eu forcei uma falsa felicidade e ela ficou parada olhando Alice babando e sorrindo pra ela. Ela me olhou nos olhos, com os olhos cheios d'água, olhar firme, sorriso nos lábios e me disse:

- Aproveite. Filhos são as melhores coisas que podemos ter. Aproveite mesmo. Aproveite que passa rápido. Hoje os meus estão grandes e parece que foi ontem.

Baixou a cabeça e desceu a rua. Nunca antes ninguém tinha me olhado emocionada para dizer que filhos são a melhor coisa da vida. Até hoje não me esqueço.

Hoje eu aproveito, aproveito mesmo. Sem esperar nada em troca. E ainda assim, há uma troca.
Alice faz 2 anos e o aprendizado que tive com ela nesse tempo é muito maior do que qualquer coisa que eu tenho feito e farei por ela.



4 comentários:

  1. Só quem tem uma fortuna desta sabe dar valor

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  2. SAUDADE, MUITA SAUDADE DE TUDO AQUI!!!
    Alice é demais!!! E eu sonho com o dia que ela vai conhecer seu pretendente número 1...rs
    Ela está ainda mais linda com essa carinha de menininha no alto de seus 2 aninhos!!!

    Tb fiz post dos 2 aninhos do Davi... Já viu?

    beijosssssssssssssssss

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  3. Vdd, Carol!! As vezes o cansaço nos deixa impacientes demais para ver quão preciosos são os momentos com os filhos ainda pequenos...é preciso respirar fundo e ver que tudo passa tão rápido que é melhor a gente aproveitar muito mesmo os dias mais exaustivos!

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  4. Qualquer hora apareça, adoro seus post.!!!

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