Não, pessoas, não. Vocês estão fazendo isso errado. Totalmente errado. Foco, força e fé pra ganhar massa muscular? Pra perder peso e postar fotinha de biquine na lancha do amigo riquinho?
VOCÊS SIMPLESMENTE NÃO SABEM O QUE É MATERNIDADE!
Vocês não sabem o que é trabalho de parto, não sabem o que é não dormir por mais de 2 horas e não sabem o que é amamentação. Não sabem o que é raiva e amor num mesmo minuto. Não sabem.
Se existe um momento da vida em que precisamos de ter foco, força e fé é na maternidade (e para alguns, na paternidade). Quando eu lia que ser mãe é abrir mão de várias coisas, é ficar sem dormir e é entrega, eu achava lindo e imaginava algo suave, mas não, é REALMENTE se entregar TOTALMENTE para um pequeno ser que precisa de você para viver. Vocês estão entendendo a gravidade da coisa? Um bebê precisa de você para VIVER. Olha o tamanho da responsabilidade. Olha o tamanho da culpa que nos atinge em alguns momentos por não termos feito algo direito.
Foco, força e fé pra ficar bem sem dormir
Depois que a Alice nasceu, a partir da sua terceira semana de vida, eu NUNCA MAIS, repito, NUNCA MAIS, dormi por mais de 2 horas, 2 horas e meia. Isso porque nas 2 primeiras semanas o máximo eram 3 horas seguidas de sono. Seja de dia, seja de noite, o ritmo é este. E uma pessoa com sono, cansada, sem dormir, não é uma pessoa normal. Minha grande sorte é que eu tenho minha mãe durante a semana para me ajudar e eu poder fazer xixi, cocô, escovar dentes, comer, tomar um banho melhor e tirar 2 sonecas no horário que a Alice dorme, pra tentar recuperar alguma energia. E nos fins de semana, tem o Marco Túlio, que também ajuda em algumas madrugadas, quando consigo acordá-lo depois de minutos quase gritando o nome dele e dando chutes, ele acorda e troca uma fralda, põe pra arrotar, faz dormir.
Foco, força e fé pra amamentar
Amamentar é lindo e fácil nas novelas e na campanha da televisão. Claro, amamentar é lindo também na realidade e não tem nada melhor do que nosso bebezinho no colo olhando pra gente, tomando um leite produzido pelo nosso corpo, feito para nossa cria. Mas não é fácil pra quem tá começando. GENTE! Não é fácil! Não é à toa que vemos muitos casos de mães que desistiram, que falaram que não tinham leite, que falaram que o leite secou. Até a gente pegar o jeito, requer muita, muita, muita, muita, muita paciência. E no começo (esse começo vai até quantos meses, my God?) o bebê mama muito. A Alice, com quase 1 mês e meio, mama entre 1 e 2 horas de intervalo. Seja de dia, seja de noite, seja de madrugada. E às vezes no meio do mamá você tá com fome, com vontade de ir ao banheiro, com sono, com muito sono, extremamente com sono, com coceira nas costas, com vontade de andar, com vontade de ir numa festa, com vontade de tomar banho, com vontade de comer chocolate ou pastel de queijo e muuuuuita gordura. E sem falar que nem sempre o bebê tá se alimentando, às vezes ele tá "chupetando", como dizem e, por mais que você esteja cansada, é tããão bonitinho, que você aguenta lá uma meia hora de bebê fazendo seu peito de chupeta (aí vem lá os palpiteiros falarem: vai deixar ela manhosa, heim?).
E quando o pediatra diz que seu leite tá pouco, que você precisa descansar pra produção leiteira normalizar e sugere dar Nan pra complementar? Você se sente o fracasso em pessoa, chora, xinga pensando "mas que maldita hora eu tenho pra descansar se eu nunca mais dormi direito na minha vida??????????????" E com muito foco, muita força e muita fé você vai conseguindo recuperar energia, come melhor, bebe muita água e volta a curtir adoráveis momentos de amamentação... até surgir a próxima crise, o bebê impaciente no peito, o medo de não estar fazendo certo. E vai indo neste ciclo.
Foco, força e fé para se entregar
Se entregar para não saber mais o que é dia e o que é noite. Não ver mais diferença entre segunda e sexta-feira.
Se entregar para não ter descanso, em fim de semana.
Se entregar para cuidar, para permitir que uma vida cresça graças a você.
Se entregar para alimentar.
Se entregar para brincar e trocar fraldas em qualquer horário.
Se entregar para receber dores nos braços e nas costas de tanto carregar um bebê, porque você é contra deixar chorando.
Enfim, se entregar para este amor incondicional que vem junto com um pacote de inseguranças.
Talvez ainda pareça pouca coisa lendo este texto. Talvez ainda pareça ser mais difícil ganhar músculos ou perder o culote do que viver o que foi descrito neste texto (espere a ter ver a barriguinha pós parto, querida. HA HA HA). E talvez
Fim.
MA-RA-VI-LHO-SA!!
Muio #focoforcaefe nessa cosia linda!