terça-feira, 30 de maio de 2017

O que aprendi com a galinha do vizinho

Pode soar um título engraçado, mas é uma história um tanto séria e verdadeira. Enquanto eu morei em uma casa com quintal grande, cheio de árvores, tendo numa delas um enorme pé de tamarindo, as galinhas dos vizinhos pulavam pro meu quintal. Uma em especial viveu algo muito parecido com o que eu estava vivendo: conflitos na maternidade. E a vida, que não é nada boba, me deu a oportunidade de vivenciar tudo o que se passou com a danada da galinha.  Conto abaixo (as fotos são reais, feitas por mim. Clique nelas para ampliar e ver direitinho):




Era uma vez uma galinha que, em companhia do seu galo, sempre saía de seu terreiro e pulava o muro para outro quintal, onde havia um grande pé de tamarindo. Sentia-se livre e ciscava à vontade, transitando de terreiro para quintal quando bem entendia, até dar 18 horas, onde ela e o galo subiam para o pé de tamarindo para dormir.

Um dia a galinha teve 1 pintinho, chocado e nascido próximo ali, ao pé de tamarindo. Pequenino, piava alto e ciscava em companhia de sua mãe. Quando caía a chuva, a galinha o colocava debaixo da asa, assim como quando chegava às 18 horas. Algumas semanas se passaram e a galinha e o pintinho, que desde então nunca mais voltaram para o antigo terreiro, apenas ciscavam de dia e dormiam de noite. O galo nunca mais havia aparecido, a não ser para pular no pé de tamarindo quando chegava o horário.

Até que numa noite a galinha resolveu que queria dormir novamente no pé de tamarindo e pulou pra lá. O pintinho, ainda amarelinho e pequeno piou desesperadamente e bem mais alto, o que fez a galinha voltar e colocá-lo debaixo de sua asa. E assim foi durante alguns dias, quando de repente, em outra manhã o galo pula para o quintal com outra galinha.


A galinha mãe estranhou e quando o galo voltava pro terreiro com sua nova companhia, ela desesperadamente ficava em cima do muro, sem saber se ia para o terreiro ou se voltava para o pintinho que piava loucamente, decidindo sempre voltar para o filhote.

Dessa forma ia crescendo o pintinho, piando alto e sofrido vendo a mãe ficar em cima do muro.


Numa noite, a galinha mãe se esgotou de não poder mais dormir no pé de tamarindo ao lado do galo e voou para a grande árvore. Desesperado, o pintinho tentava voar, mas sempre caía. Torturada com tanta indecisão e ouvindo os insuportáveis piados do filhote, a galinha voltou e acolheu o pintinho.

Durante alguns dias isso foi acontecendo frequentemente. O galo vinha com a outra e, ao retornar para o terreiro, a galinha mãe ficava no muro sem saber o que fazer, enquanto o pintinho se desesperava. Mergulhada na agonia de não poder nunca sair daquele quintal onde só tinha o filhote de companhia, ela insistentemente ia para o pé de tamarindo e o pintinho enlouquecia dando pequenos pulinhos desesperados ao tentar voar. Pobre galinha...

O tempo foi passando e mais crescido um pouco, o pintinho conseguiu subir num pé de mamão e deste para um galho mais baixo do pé de tamarindo. Estava bem perto de chegar no alto, onde estavam sua mãe, o galo e a outra. Mas ainda era difícil, então ele preferiu voltar para o quintal e gritou até sua mãe galinha descer para perto dele.




Enfim, a galinha desistiu e passou uns dias apenas com seu pintinho. Ele cresceu mais, engordou e ambos ciscavam tranquilos enquanto o galo vinha com a nova companheira. Estavam se aceitando, até que, sem ninguém esperar, do outro lado do muro, de um outro terreiro, um galo, muito maior, que cantava muito mais alto, apareceu e ficava em seu muro observando todos silenciosamente. Uns 2 dias depois ele resolveu pular para o quintal e escolheu ficar ciscando ao lado dela: a galinha mãe.


O primeiro galo não gostou muito, mas perto no novo habitante ele era muito pequeno, então não podia fazer muita coisa ou iria apanhar e se machucar. A galinha mãe e seu pintinho agora tinham uma nova companhia que inclusive dormia no chão, junto deles.

Após uns dias em companhia do grande galo, a galinha viu o antigo e pequeno galinho voltar com mais 2 galinhas. O quintal começou a virar um novo terreiro, até que uma cadela que lá morava não aceitou tantas aves, atacando-as, e o grande galo voltou para seu terreiro.


A galinha mãe não sentiu falta do grandão e nem se importou com as 2 galinhas junto ao galinho, que tentava se mostrar ficando ao lado dela o tempo todo. Ela permanecia ciscando com o pintinho, que crescia.

De vez em quando o grandão aparecia, olhava de longe e voltava para seu terreiro. Outros dias vinham o galinho sozinho e depois mais galinhas. Todos ficavam ciscando em paz e a galinha mãe sempre no seu canto, ao lado do pintinho.

Como já era esperado, o pintinho conseguiu voar e pular o muro para o antigo terreiro da mãe. E a mãe, vendo seu filhote crescer e seguindo seu rumo, percebeu que todo aquele drama tinha chegado ao fim. Se antes ela não podia voltar pro terreiro, agora ela tinha 2 opções: seu antigo terreiro ou terreiro do galão.


Moral da história: a maternidade com certeza não é fácil, mas não deve ser vista como algo ruim, como prisão. Quando nos sentirmos presas e incapazes de fazer outras coisas é melhor aceitar, esperar e o melhor, DESFRUTAR. Um dia os filhos vão crescer e não precisarão mais de nossas asas. Para as mães, sempre, sempre tem uma amizade, uma oportunidade, um emprego ou até mesmo um novo amor que nos espera do outro lado.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Escolinha

Um dia achei que escolher e enfrentar o parto era o mais difícil.
Depois pensei que difícil mesmo era amamentação.
Ah.... nada disso!

PÕE NA ESCOLA E VEJA O QUE É A TAL DA ADAPTAÇÃO ESCOLAR, quando ela não é das melhores.


A mãe achou a escola legal, mas a filha...