terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

5 meses de Alice

Super atrasada para falar dos 5 meses dessa menina.

Do 4° até agora, 5 meses e 16 dias, Alice passou por várias fases. Ela nadou, teve mania de botar língua pra fora, teve mania de fazer bolhinhas de cuspe, de fazer barulhinho com os lábios e começou a gritar. Agora tá na fase dos gritos e começou a voltar a conversar, só que mastigando a língua.
Não é de estranhar muito as pessoas, mas já deu alguns chorinhos em colos diferentes. Se está no meu colo ou no do pai, não chora pra ninguém, é só sorrisos. E vai no colo de todo mundo, quando sai do meu colo ou do colo do pai. Começou a aprender a se jogar pras pessoas. Quando vai com a cara de alguém, meio que se joga pra pessoa pegá-la.

Começou também a pedir pra ficar mais solta, então fica no chão brincando e rolando. Está ensaiando ficar sentadinha. Mas nas últimas semanas, nada a agradava. Enjoava de todos os brinquedos, vivia me dando bronca. Era só sair de casa e passava. Agora parece estar acalmando de novo.

E são 5 meses, já ao rumo do 6° mês, de muito aprendizado. De sentimentos confusos, de alegrias, de emoções, de sono, de dor nas costas, de prazer, de carinho, de maravilhas...

A maternidade é aquela fase em que nós mulheres nunca sabemos descrever o que realmente estamos sentindo. Sim, tá, é o maior amor do mundo, é isso, é aquilo. Mas isso todo mundo sabe, todo mundo fala. Isso é lindo. Mas na hora de falar de amor mesmo, as palavras somem. Será mais que amor? É aquele momento onde desejamos dar uma pausa para fazermos coisas com a liberdade de antes e ao mesmo tempo queremos voltar correndo pra vida atual. É aquele momento que você sabe que agora sim você daria a vida por alguém, sem nem pensar. Que você sabe que não precisa de mais nada, fim. É o momento da vida de uma mulher onde ela se doa por completo e conhece fontes de energia no corpo que parecia não existir. É coisa de milagre, de força da natureza, de natureza mãe. Tá vendo? Não dá pra explicar nada.

Isso porque são apenas 5 meses e 16 dias. E é pra eternidade.


Língua

Língua para todos

Opa!
Alongamento

Só pra eu lembrar que tenho pezinhos e mãozinhas fofas em casa

Tem dias que se veste de menininha

"Ah, mas essa Minnie é uma piadista!"

"Se virem pra dormir aqui comigo."

Legenda pra quê?

Doce Alice

Pra eternidade








quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Relato de Amamentação - parte 2

Finalmente voltei para continuar meu relato. Ufa! Vida de mãe é extremamente corrida.

Bom, no relato anterior mostrei um pouco do drama que eu vivi. Cada mulher passa por um drama após dar à luz, e dependendo da intensidade desse drama, a amamentação é totalmente afetada.

Muitas mulheres são mães de bebês prematuros e alguns deles não recebem alta e são alimentados por Leites Artificiais (LA). Então, quando o bebê volta pra casa, ele acaba sentindo falta desse leite, que "pesa" mais no estômago, demandando da mãe um dia inteiro no peito em alguns casos. Até o bebê e a mãe se adaptarem à amamentação exclusiva, muito desespero de ambos pode aparecer e então, a mãe se rende ao LA como complemento da amamentação ou como exclusividade.

Outras mulheres voltam pra casa e não têm ajuda de ninguém (nem do marido). E não adianta nos falarem para esquecer a bagunça da cozinha, da sala, que não conseguimos (eu custei a esquecer). E como a mãe precisa SE DOAR 100% ao bebê nos primeiros meses, e a o mesmo tempo estar descansada e feliz para produzir Leite Materno (LM), algumas não conseguem e acabam dando o LA.

Tem também os bicos dos seios invertidos, sangrando, as mastites...

E sem falar que chuvas de palpites e inseguranças caem sobre nossas cabeças, inclusive de pediatras que julgamos serem bons. A maldição de pediatras que dizem que o bebê chora de fome, que não está ganhando peso e receitam LA é cada vez maior e por confiarmos neles, acabamos comprando latas de leite.

Aí começa a dar tudo errado. Algumas mães têm sorte e o bebê continua no peito, mesmo mamando LA na mamadeira. Outras, não. Os bebês desistem mesmo do peito, já que na mamadeira é bem mais fácil e acontece a tal confusão de bicos.

Eu passei por indicações de Nan e de remédios para aumentar a produção de leite. Nada disso fazia Alice parar de chorar ou de acordar a cada 40 minutos durante a noite. Foi então que respirei fundo e resolvi ouvir o que EU tinha a dizer para mim mesma. E trago aqui minhas dicas que fizeram minha amamentação dar certo:

- Desisti de acreditar no mito de que dar uma bela mamadeira de LA de noite fará o bebê dormir a noite inteira. Pura mentira. Isso funciona com apenas alguns bebês e com Alice não funcionou. Ela acordou em 40 minutos do mesmo jeito e teve dias que acordou vomitada de tanto leite desnecessário. Cada bebê é de um jeito. Há bebês que nascem e dormem 12 horas seguidas só com leite materno.

- Desisti de pensar que o "normal" é dormir a noite toda e comecei a dormir de tarde em algumas dormidas da Alice. Vocês sabiam que o "normal" é bebês acordarem durante a noite solicitando a mãe, o pai ou o peito? Que o "diferente" são bebês que dormem a noite toda. Não há regra. Há dedicação, independente do comportamento do seu filho.

- Larguei mão de todos os palpites, inclusive do pediatra, e deixei Alice mamar no meu peito o tanto que ela queria. 20 minutos em cada peito? Não. Se ela queria ficar 50 minutos em um até dormir, ela ficava. "Tá mamando ainda?" Tá sim, obrigada.

- Comecei a amamentar longe de TODO mundo que ia na minha casa. Enquanto eu e ela não pegássemos o jeito, eu não queria mais ninguém por perto (e ainda assim ia gente no quarto ficar passando a mão nela enquanto ela mamava, o que a deixava irritada e sobrava pra mim recomeçar tudo de novo).

- Levava para cada mamada uma garrafinha de 500ml de água. Aí sim vi leite aparecendo com força! Então larguei mão dos remédios que o pediatra mandou eu tomar. Gente, é remédio controlado, vendido com receita, que tem como um dos efeitos colaterais a produção de leite e por isso receitam. Algum mal pro bebê esse remédio deve fazer.

- Chamei uma enfermeira consultora de amamentação e comentei que eu sentia meus peitos vazios, meio murchos. Mas ela me ensinou a ordenhar e vi que na verdade tinha leite sim! Eu me lembro de tentar tirar na bombinha e ficar 20 minutos pra ter só uns 5 ml de leite. Quem não se desespera? Na verdade é assim mesmo. A sucção da bombinha é uma coisa, a do bebê é outra. Até hoje, Alice com 5 meses, se eu vou pra bombinha não sai nada. Então é preciso tempo e calma pra se adaptar à bombinha. Mas só use a bombinha se for necessário, pelo menos aqui eu fiquei super machucada. E peito murcho não indica falta de leite.

- Comecei a participar de grupos de amamentação no Facebook. Fui para os grupos de meninas radicais, porque era delas que eu precisava na hora. Eu não sou tão radical, mas foi graças às informações de lá que eu consegui.

- Comecei a participar também de grupos de maternidade e de vários blogs. Amamentar é também um momento de solidão. Pense comigo, você está há 25 minutos com um bebê no peito. O bebê tem apenas 17 dias e ainda não interage com você. Outra salvação pra mim foi ler e conversar com várias mulheres na mesma situação. A gente se sente mais forte, se sente acompanhada, uma ajuda a outra. Então tinha virado costume. Eu ia dar mamá e levava comigo meu celular onde eu ia lendo e papeando com as meninas. Foi uma das melhores coisas e parei de me sentir tão sozinha.

- Comecei a largar de mimimi e  passei a rir de tudo. Sim, eu ia lendo os desesperos dos primeiros meses das mães, muitos desesperos iguais aos meus e pensava: gente, como somos loucas! E nisso, foi ficando engraçado nossas olheiras, nossas bobeiras do tipo usar pomada de assadura no lugar de pasta de dentes por causa da exaustão. Assim, fui vendo que é normal. Totalmente normal e quando vi, tudo ia passando.

- Parei de larvar louça, comecei a comer melhor os almoços, lanches e jantas preparados pela minha mãe. A hora do arroto era a vez do pai, porque eu odiava colocar pra arrotar, eu não dava conta e então eu descansava.

- O papai da Alice, apesar de eu ter xingado no relato anterior, ajudou/ajuda muito. Ele trocava algumas fraldas de madrugada, fazia dormir nos braços dele. Mas tinha vezes que ele não acordava, aí eu corria para os desabafos das outras mães nos grupos e tudo ficava bem.

- Ignorei quando me falaram para tirar leite e deixar o pai dar de madrugada pra eu descansar. Amamentar de madrugada é onde mais aumenta a produção de leite e nem sempre bebê chora de fome, chora porque quer mãe.

- Desencanei que o choro era sempre de fome e tirei todas as mamadeiras e bicos da vida da Alice. Nada de chás e água. Mudei minha alimentação para muitas verduras, frutas, massas e arroz.

- Mudei de pediatra e encontrei um que pensa como eu, ou seja, que está de acordo com a OMS.

- Enfim, deixei Alice mamar sempre e pelo tempo que quisesse, dividia colos para momentos dela arrotar e trocas de fralda, comecei a me alimentar melhor e bebia muita, mas muita água.

Quando Alice estava com mais ou menos 2 meses e meio, posso dizer que finalmente aprendi a amamentar. Coincidentemente, as tais cólicas e choros infinitos sumiram e eu fiquei mais forte.

Isso que relatei foi o que deu certo pra mim. Hoje Alice tem 5 meses e mama exclusivamente no peito, nada mais. Já dorme melhor, mas ainda acorda algumas vezes pra mamar. Tem noites que volta a mamar de hora em hora. Tem dias que eu volto a estar um bagaço, tem dias que tá tudo bem. E adivinhem: mães de mamadeira também estão com filhos acordando de hora em hora.

Eu me entreguei. Dei meu corpo e minha alma pra maternidade. Deixei a natureza me mostrar que somos fortes, que damos conta do recado. E aqui tenho uma bebê bem humorada, feliz, e totalmente saudável como recompensa.

Mães desesperadas, precisando de ajuda, contem comigo. No final, você vai estar ajudando as outras também :)

E mães que tentaram de tudo e não deram conta, não percam as esperanças. Quem sabe num próximo baby vocês não conseguem?

2 dias de vida, em casa

8 dias de vida e várias horas de peito

17 dias


1 mês - foi arrotar, mas dormiu no pai

Arrotando/dormindo - 2 meses

Arrotando/dormindo - quase 3 meses

Apagou depois do mamá - 3 meses

Mamando na chácara - 4 meses