Me lembro que quando estava grávida da Alice, a primeira, e
comentava que queria ter três filhos, logo ouvia que “depois que nascer o
primeiro você desiste!”. Mas não desisti.
Dar a notícia da terceira gravidez é um tanto interessante,
assim como ter em mãos mais um teste positivo. No meu caso, receberam a notícia
com muta alegria. Todos os avós, por exemplo, adoraram. Acredito que por termos
passado por um período bem difícil e com mortes na família, a notícia de uma
vida chegando não deu espaço para outro sentimento diferente de alegria.
Outros me acharam muito animada, doida. Alguns suspiraram me olharam com
reprovação, com descaso do tipo “ah, ela tá grávida de novo”. Mas sabe, a cada
gravidez ficamos mais maduras e a opinião alheia vai ficando insignificante.
Quando vi o positivo da Alice, sentia uma coisa tão boa e ao
mesmo tempo um medo enorme! Sentia que eu tinha conseguido, que eu era capaz! E
depois sentia que eu não deveria estar grávida, que deveria fazer tantas outras
coisas. Aí vinha a alegria, o sentimento de poder! Em seguida o medo de ser
incapaz, de perder, de dar tudo errado. Tudo ao mesmo tempo. Tudo enquanto a
segunda listra aparecia.
Depois, o positivo da Aurora. Consegui de novo! Mas como? Eu
já estava completa, como faria? Eu era capaz mesmo de engravidar! Alegria,
medo. Alegria, medo. Mas desta vez, um pouco mais leve.
Então, o terceiro positivo. Meu Deus, é verdade, eu sabia.
Mas eu deveria mesmo estar grávida? Eu estou grávida de novo! Eu consegui! Meu
Deus, é a terceira gravidez mesmo? Mas como? Eu já estou completa! Eu
engravidei três vezes mesmo? Eu estou grávida! Claro, eu queria!
Como eu disse, nunca escondi o quanto eu quis esta gravidez. O quanto quis
todas elas. É viciante ver a segunda linha aparecendo, não sei explicar. Todas
as gestações foram muito desejadas, mesmo levando um susto por acontecer rápido
(apesar de que esta tenha demorado um pouco).
E o mais interessante, para mim, é que ao mesmo tempo em que parece uma
primeira gravidez, é muito prático, normal, leve e rápido, porque sei que tudo
passa.
No começo viram um hematoma no útero e precisei de repouso, medicação e
ultrassom a cada 15 dias. Claro que logo após esta notícia me veio um
desespero, porque me dei conta de que nem tudo está em minhas mãos. E por já
ser mãe, sei que há uma vida em jogo, não importa se são 5 semanas ou 15, ou
25. Eu não queria perder esta vida.
Mas, tudo passa. Nem tudo está em minhas mãos e o que eu poderia fazer, dentro
da minha realidade, eu faria.
Enfim, as 12 semanas que queremos tanto que passem logo,
passaram e aqui estou eu com 15 semanas e 4 dias, ficando bem redonda e com
barriga de umas 20 semanas.
Agora fico com mais este presente que a vida me deu, vendo a barriga crescer, sentindo
o enjoo passar e muitas vezes me pergunto se mereço, porque estou tão mais
preparada, sinto cada vez menos medo e menos ansiedade.
Ainda bem que não desisti de ter minha terceira gravidez. E quer saber? Não garanto
parar por aqui.
Que bom você voltando aqui para nos dar essa notícia linda! Parabéns!
ResponderExcluirEscreva mais... Adorava ler as suas reflexões sobre a maternidade.
Pois é! Não poderia deixar de falar um pouco sobre a terceira gestação também. Mesmo que seja menos frequente, quero deixar registrar aqui cada fase da maternidade. :)
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