segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Após o parto o que nos espera?

Muito se fala de todo o lado maravilhoso da maternidade. São tantas fotos lindas em anúncios, tanta fofura em novelas que muitas vezes a realidade é esquecida. Bom que hoje já está bem comum falarmos do outro lado, o lado difícil, sofrido e cansativo, sem sermos apedrejadas. E neste texto quero falar deste lado.

Assim que entrei no quarto do hospital, após a cesárea (infelizmente me deixaram sem saída após 12 horas de trabalho de parto e, sem apoio médico, me restou a cesárea. Talvez tem texto sobre isso), eu comecei a acordar, pois fiquei desacordada na cirurgia. E fiquei em outro planeta até uns 4 dias depois de Alice nascer. Foi tudo tão intenso e cansativo, que não me lembro de muita coisa. Lembro de algumas visitas, de eu parecer bem ainda, falar muito, contar do parto, mas na verdade era uma outra Carol, parece. Aí, depois desses 4 dias, a realidade: saí de casa com um barrigão e voltei com um bebê, ou seja, tudo mudou do dia para a noite. Tudo. Talvez tenha sido o famoso Baby Blues, mas passei um período de quase duas semanas chorando escondida - ou não - o tempo todo por tudo quanto é canto. Por que eu chorava? Não sei bem. Era por saudade da barriga, era por ver um serzinho tão frágil em minhas mãos e dependente de mim, era por sono, era por dor da cirurgia que eu não queria, era por saudade do namorado, já que a gente nem tinha muito tempo para se curtir, era de felicidade, era de tristeza, era por de repente depender de tanta gente pra tudo, até pra pegar um lenço que caía no chão, era por ter que dar atenção à visitas, era por saber que agora minha vida seria outra, era pela forma ruim como fui tratada durante o trabalho de parto no hospital, era por não conseguir mais dar atenção às minhas cachorrinhas, era por muita coisa! Um sofrimento que parecia que nunca ia passar. Era medo do pior acontecer a qualquer momento. Tive pesadelos durante as breves dormidas que eu conseguida dar. Pesadelos terríveis. Fiquei exausta. E não sou de demonstrar ou pedir ajuda, então meu cansaço mental foi terrível. E agora estou tendo um pouco do reflexo físico disso tudo, apesar de eu ter melhorado um pouco.

Assim que eu peguei a Alice pela primeira vez (na verdade não peguei, pedi para colocá-a do meu lado, já que eu não podia sentar) eu não entendi ainda que ela era que me habitava. Quando enfim eu pude pegá-la, já vi que eu daria conta do recado, que era aquilo mesmo que eu sempre quis. Mas as fortes emoções tomaram conta e é como se você vivesse em dupla personalidade: a mãe forte e a mãe frágil. O tempo todo esse conflito na sua cabeça.
Enquanto todos babam na neném, falam que amam, pegam sua filha, levam para um canto e ficam felizes, você não sabe o que sentir: "me dá minha filha" ou "que lindo gostarem da minha filha!"

Tem que ter preparo e durante a gravidez não costumamos nos prepara pra isso.

Agora estou numa fase de ansiedade e, claro, comecei a passar essa ansiedade para a Alice. Mas estamos indo bem. No geral, agora após 3 semanas, são mais momentos de divertimento do que de sofrimento.

A gente vai aprendendo aos poucos. Não podemos nos entregar. Quem consegue pedir por ajuda, por abraço, por apoio peça. Quem não consegue, como eu, seja forte.
Vai dar tudo certo!

Quem foi que disse que seria fácil? Ainda bem que não é! ;)

MINHA lindinha depois de um belo banho.






6 comentários:

  1. Aiii Carol, mas pensa bem como essa fase de parto é traumatizante... é bem como vc descreveu, vc sai com um barrigao e volta com um bebe... e até entender que aquele bebezinho até então estava dentro de vc?? rsrs é muita coisa pra cabeça da mãe... fora todas as outras preocupações.
    Mas acho que aos poucos as coisas vão se ajeitando, vcs vao arrumando a rotina... rsrs pode demorar um pouco, mas logo se ajeita....

    Beijooos

    http://esperadomeupresentinho.blogspot.com.br/

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  2. Carol, eu ainda nem tive o Gui e intendo perfeitamente oque vc está sentindo, eu acho que eu penso demais, fico pensando que minha vida irá mudar radicalmente, que um filho faz isso conosco, mais estamos tão mal acostumadas 9 meses com o bebe dentro de nos, que quando nasce ficamos meio sem rumo, e tudo vai juntando e complicando.
    Enfiim, o bom que vc esta conseguindo superar aos poucos.
    Eu as vezes chego a pensar q vou ficar com depressão pós parto, são coisas da cabeça. rsrs.
    Beijão se cuide e volte, nao deixe-nos sem noticias
    beijão
    http://jessicaegregory.blogspot.com.br/

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  3. Amiga sei muito bem o que sentiu e o que passou pela sua cabeça,mais aos poucos tudo se acerta. Sua Alice é linda. Beijos

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  4. Carol, em primeiro lugar a Alice é linda demais! Ela puxou a mãe, que também é muito linda! Olha, o baby blues é comum demais! E eu totalmente entendo porque acontece. Como você falou, a gente não é tão preparada assim pra ser mãe. A gente ouve muito sobre o paraíso, mas quase ninguém fala sobre a parte do padecer. Eu acabei de descobrir que estou grávida, e comigo está acontecendo uma coisa coisa bem estranha: eu queria muito a gravidez, planejei e tudo mais, e agora to com um medo absurdo.

    Bom, quero te enviar uma reportagem que a minha irmã (que é mãe da minha sobrinha Alice de 10 meses) leu há um tempo atrás e compartilhou no facebook. É uma entrevista com a Laura Gutman, ela é psicóloga e escreve muito sobre os reflexos dos sentimentos da mãe sobre o bebê. Faz todo o sentindo! Dá uma lida e depois me conta o que você acha: http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/01/27/o-filho-e-o-reflexo-da-sombra-da-mae-entrevista-com-laura-gutman/

    Espero que você se sinta cada dia melhor, com você mesma e com a fofa Alice!

    Beijos,
    Rita
    http://melancianabarriga.blogspot.com

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  5. Carol, em primeiro lugar a Alice é linda demais! Ela puxou a mãe, que também é muito linda! Olha, o baby blues é comum demais! E eu totalmente entendo porque acontece. Como você falou, a gente não é tão preparada assim pra ser mãe. A gente ouve muito sobre o paraíso, mas quase ninguém fala sobre a parte do padecer. Eu acabei de descobrir que estou grávida, e comigo está acontecendo uma coisa coisa bem estranha: eu queria muito a gravidez, planejei e tudo mais, e agora to com um medo absurdo.

    Bom, quero te enviar uma reportagem que a minha irmã (que é mãe da minha sobrinha Alice de 10 meses) leu há um tempo atrás e compartilhou no facebook. É uma entrevista com a Laura Gutman, ela é psicóloga e escreve muito sobre os reflexos dos sentimentos da mãe sobre o bebê. Faz todo o sentindo! Dá uma lida e depois me conta o que você acha: http://bibliografiadadoula.wordpress.com/2013/01/27/o-filho-e-o-reflexo-da-sombra-da-mae-entrevista-com-laura-gutman/

    Espero que você se sinta cada dia melhor, com você mesma e com a fofa Alice!

    Beijos,
    Rita
    http://melancianabarriga.blogspot.com

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  6. Que coisa mais linda sua filhota flor!
    É verdade a gente sempre acha que na primeira semana após o nascimento dos Baby's vamos dar conta de tudo, más depois que eles nascem as pessoas meio que esquecem da gente, o foco é o novo ser que chegou pra aumentar a família... Me senti sozinha e depressiva quando vim pra casa depois de 5 dias internada pós cesárea, sentia falta da barriga, chorava e chorava.. Más depois a gente vai aprendendo a lidar com essas neuras!

    Bjs flor ;*

    meu-pequeno-guilherme.blogspot.com

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